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OS INDIGNADOS

By , 20/02/2024 3:00 pm

Sei que é pedir muito, mas eu gostaria de ter visto a mesma indignação que os colunistas DORA KRAMER, VERA MAGALHÃES E MERVAL PEREIRA, GUGA CHAKRA e e outros do segundo escalão demonstraram contra a fala de Lula comparando os holocaustos contra os judeus e palestinos.

Repito, a palavra #Holocausto” não é reserva de mercado do povo judeu. De origem grega, a palavra holocausto, #Shoa, em hebraico, siginifica literalmente, “destruição, ruína, catástrofe”.

E o que é que está acontecendo agora na Palestina? Destruição total. Até mesmo a secular universidade foi bombardeada e restam escombros. Aqueles que tem escapado dos ataques diários de bombas não tem casa para morar porque foram destruídas pelos bombardeios do Estado de Israel.

E o que são os campos de refugiados dos palestinos? Uma versão moderna dos guetos impostos pelo Nazismo. E se espalham pelo Oriente Médio.

Só por um detalhe, Netanyahu, ao contrário de Hitler não vai conseguir exterminar seis milhões de palestinos. Simplesmente porque 5,9 milhões de palestinos estão nos guetos modernos, em condições precárias, com a ajuda da ONU.

Sim, o que está acontecendo hoje em Gaza é um holocausto. Doa a quem doer, essa é a palavra que na própria língua falada em Israel significa “destruição, ruína, catástrofe”.

E há exatos 138 dias, um povo inteiro vem sendo destruído, suas vidas, arruinadas e catástrofe soa suave para mais de um milhão de pessoas que estão passando fome porque nem a chamada ajuda humanitária consegue cruzar as fronteiras para lhes levar pão.

Portanto, eu realmente espero que o nível de hipocrisia dessa indignação seletiva se limite às suas conversinhas amigáveis de jornalistas no final do dia.

Lula não errou. Ele apenas apontou o dedo e disse que o rei está nu.

ESTAÇÃO VOLÚVEL

By , 16/02/2024 3:08 pm

Nem sei se é sintoma das mudanças climáticas, só sei que esse ano, o inverno transformou-se na mais rica das estações. As temperaturas ainda exigem um casaco. Mas não um manteau, cachecol e luvas. Em compensação, os passarinhos começaram a cantar nas árvores do jardim, como se fossem arautos da primavera. E algumas flores, despontaram. Digo despontaram e não desabrocharam por uma razão simples. Desabrochar é um processo lento, semelhante à transição da infância para a adolescência. Despontar é sempre inesperado, rápido, do dia para a noite, elas surgem vibrantes. A prova está aí, na primeira imagem.

Mas o chão, coberto de folhas que continuam despencando das árvores, é a cara do outono, quando as folhas lentamente fabricam o manto que vai cobrir e proteger as raízes do fundo da terra contra o frio do inverno.

E o inverno continua presente no abacateiro de flores queimadas pelo frio. Mas não tente arrancar essas folhas. Elas continuam lá, esperando suas sucessoras que já despontam bem aos seus pés.

A única estação fora dessas festa é o verão. O inverno jamais convidaria o verão para esse encontro amistoso entre as estações do ano. E as três estações que Vivaldi nuca viveu, distribuem-se harmoniosamente no meu jardim.

FINALMENTE

By , 16/02/2024 12:16 pm

Braga Netto, Augusto Heleno e outros militares menos jornalisticamente glamourosos, investigados.

A nudez moral exposta ao vulgo. Mas eu ainda estava insatisfeita. Sentia falta de um elemento no mosaico assustador construído pelo ex-presidente de corpo disforme e alma pútrida.

Ontem, finalmente, nas franjas da “Tempus Veritates” a investigação que escancarou as podres entranhas de um pensamento que ainda frequenta integrantes das Forças Armadas surgiu a figura grotesca de mais um personagem. Um personagem sinistro que condenou a população de Manaus que se contaminou pelo Covid a morrer não em fornos crematórios ou câmars de gás. Apenas negando a elas o direito de respirar, porque não comprou oxigênio e , ao mesmo tempo, fazia sua caixinha para ser eleito deputado federal, como se a Câmara dos Deputados, a nossa casa fosse valhacouto. Lá está ele, Eduardo Pazuello.

É mais um golpista nu em praça pública. Ainda bem que é nudez moral porque se fosse física, como se não bastasse o que passamos, seríamos submetidos também a um atentado à estética.

E, para completar o início da Quaresma que é tempo de reflexão, ontem também a organização criminosa da família que dominou o Brasil por quatro anos deu as boas vindas ao seu mais novo elemento. Jair Renan foi indiciado. Crimes pequenos por enquanto. Lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso.

Ele estava apenas em treinamento para receber o distintivo da gang.

MAMÃE EM VENEZA

By , 13/02/2024 12:23 pm

Budapest sempre foi uma cidade que me atraíu. O fato de saber que em 1900, aquela cidade vibrante abrigava 19 jornais diários, além de ser a terra de tantos escritores que me fascinam, são motivos suficientes.

Estava com mamãe em Paris e decidimos ir a Viena, que fica a três horas de Budapest. Além disso, eu tinha uma “tarefa” política. Não falei da tarefa para ela. E nem podia. Era um tanto arriscada. Insisti muito para irmos à capital daquele país cuja língua é alófila e, segundo Chico Buarque, “até o Diabo respeita”. Mamãe recusava. Até que decidiu negociar e disse, “só vou a Budapest se você aceitar ir comigo a Veneza”. Era minha vez de recusar. Nunca tive atração por Veneza porque sempre tive certeza de que era um cidade cenográfrica criada pelos estúdios de Hollywwod. Mas, eu queria e precisava ir a Budapest.

Aceitei.

O Muro de Berlim havia caído pouco tempo antes e os países que integravam a União Sovética viviam um certo tumulto. Na fronteira, fomos paradas. Não tínhamos visto. Como assim, me dão todas as informações para chegar, me dão os microfilmes e não me avisam do visto.

Entrei em pânico. Morta de pânico não por causa do pobre do funcionário da fronteira com um casaco que não segurava aquela temperatura. Meu pânico era mamãe descobrir o quê eu estava aprontando. Depois de várias negociações das quais participou o embaixador do Brasil, fomos liberadas. Entramos naquele país que exerce em mim tanto fascínio.

Hotel Géllert e a única língua que eles falam além de húngaro é alemão. Ainda bem que sei alguma coisa de alemão e de fome não ia morrer. Cumpri a tarefa e só contei pra mamãe quando ela fez 80 anos. Ela só fez rir.

Mamãe amou Budapest. Passamos o tempo andando a pé por Pest, e o Danúbio, cinza.

Enfim, voltamos e eu assim um tanto reticente porque ia chegar em Veneza. Não estava psicologicamente prepara para uma cidade cenográfica.

Mal descemos na estação meu coração disparou. Fiquei tonta. Foi como se o planeta tivesse parado rotação e translação. Mamãe foi descansar e eu andei pela cidade sozinha, sem me perder, por mais de cinco horas. Não era cenográfica. Era a cidade onde os anjos dormem e a única rima que encontrei para descrever foi “Beleza”.

No dia seguinte, muito, muito frio, fomos andando para encontrar um lugar simpático para almoçar. Mamãe parou em frente ao mar Adriático. Havia gôndolas ao fundo e eu disse, “pare, minha senhora. Eu quero essa foto”

E aí está mamãe. Linda

MATRIARCA ENTRE MARES E MONTANHAS

By , 12/02/2024 12:50 pm

Mamãe no gramado do Hotel Nacional em Brasília, 33 anos

Quando uso a palavra #matriarca, na maioria das vezes, estou me referindo à minha mãe. Hoje é seu aniversário. Ela faria 94 anos. Chegaria a 100, segundo médicos brasileiros e os de além mar. Morreu aos 92 por culpa de um vírus que se espalhou porque um governante com pulsão de morte, não queria vacina para o povo.

Mas hoje é aniversário de mamãe e eu quero celebrar a vida dessa mulher gloriosa, elegante, aristocrática e que tinha fome de saber. Devorava livros e gostava de farinha e carne de sol. E, acima de tudo, foi mãe que nunca terceirizou a educação dos filhos. Sempre esteve presente, mas não ia às reuniões de pais e professores. E concordava com ela. Quase tão chatas quanto reunião de condomínio.

Totalmente desafinada, foi ela quem me ensinou a cantar músicas de sua infância e também samba-canção, valsas, cirandas, tangos e até samba. Gostava de Elvis Presley e até sabia dançar twist. Ensinei mamãe a gostar e a dançar rock. Ela se divertia comigo. Às vezes me telefonava e quando eu perguntava se estava tudo bem ela dizia, “estou ligando só porque você me faz rir quando conversamos”.

Mamãe devorava livros e me levou para esse caminho de vício, sonhos e fantasias e saberes. Adorava dançar e, sempre se fantasiava no Carnaval.

Torcedora fanática do Flamengo, ela fechava a janela e a porta do seu quarto, ficava na escuridão, TV ligada. Na hora do gol ela berrava. Por isso se escondia tanto. Alucinava, xingava o juíz. Enfim…

Mas o que ela gostava mesmo era de viajar. Dos Andes aos Alpes, dona Terci também cruzou muitos mares, o Egeu, o Adriático, o Mediterrâneo, o Caribe, o Mancha, o gollfo do México e tantos portos e baías.

Mamãe era muitas. A minha é essa, a da mulher intelectualmente cultivada, modos refinados, militante e apaixonada pela vida.

Trouxe aqui fotos de mamãe pelo mundo. Só não encontrei uma em Budapest, onde estivemos no inverno de 91, em Londres, Edimburgh e em Verona, onde eu baixei o AI-5 para ela se debruçar na sacada de Julieta. E nós duas repetimos as falas de Shakespeare. Eu era o Romeu e ela estava morrendo de frio.

Não procurei porque são duas caixas com mais de cinco mil fotos da matriarca pelo planeta. Ela pretendia até mesmo fazer uma viagem espacial, mas eu controlava esse desvario porque era bem capaz que ela fosse escavar as crateras da lua.

Não duvidem.

FELIZ ANIVERSÁRIO, mãe!

MAVUTSINI NO COMANDO

By , 16/08/2023 1:06 pm

É assim. Eles fazem estudos de impacto ambiental sentados no sofá e escritos a lápis. Depois apagam o que parece incômodo aos governantes e, começam a tocar a obra. Polêmicas, discuros revoltados, patati-patatá, destróem patrimônios naturais, patati-patatá.

Inauguram a obra. Enchem o peito de orgulho patriótico. Discursos, patati, patatá. E lá se vai a água jorrando para gerar energia. Tudo bem, tudo bonito na festa e a Natureza morta olhando os convidados com tristeza, desespero e desprezo.

Inauguraram Belo Monte, destruiram um rio inteiro, exatamente o Xingu, o “rio da cultura nacional,” segundo o antropólogo Eduardo #Viveiros de Castro, para quem tiro o chapéu em sinal de respeito ao seu conhecimento.

A energia começou a ser gerada.

Embora vulgares nos seus sonhos e realizações, sentiram-se deuses e sairam anunciando “Faça-se Luz” e o coro, “E a Luz se fez”.

A mata observando calada diante daquele erro estúpido, os ribeirinhos sem peixe, os índios traumatizados E o patrimônio natural da humanidade, a Volta Grande do Xingu, uma foto na parede.

Mas eis que os Diabos – todos eles. Não faltou nem Lúcifer e nem Kanaimé -, sempre alertas, perceberam o erro. Perceberam, mas se calaram.

Toda aquela pomposa construção, digna dos melhores momentos de uma ditadura que continua à espreita, cercada de polêmicas e drenando milhões de reais, dólares ou euros, lá sei eu, para algumas contas bancárias selecionadas, trazia o velho e absurdo erro. Erro que sempre cerca as construções de hidrelétricas no Brasil, de Itaipu a Balbina, passando por Samuel e Tucuruí e desembocando em Belo Monte são assim, uma réplica dos cenários de Potemkin. Não às margens do Dnieper, cercado pelo gelo, mas às margens da gloriosa floresta amazônica, na beira do Xingu.

Sim, Balbina, em Roraima; Samuel, em Rondônia; Itaipu, no Paraná; Tucuruí, no Pará e Belo Monte, também no Pará, são verdadeiros cenários criados pelo príncipe russo Alexandrovitch Potemkim para agradar sua amante, Katrina II, esposa do czar Pyotr III*.

Atrás daquela pujança construída sobre o povo em escombros, o nada. Com todo aquele volume de água, qual a quantidade de linhas de extensão, vararam a floresta?

E todas essas mal cheirosas hidrelétricas sofrem do mesmo mal. Escassez dos cabos de extensão. Claro. Ninguém inaugura cabos no meio da mata.

O resultado disso são os frequentes apagões que causam prejuízos ao povo, ao comércio, à indústria e aos afagos dos egos de todos os governos.

Não por coinidência, “a rara falha operacional” nas palavras do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, aconteceu numa subestação ligada a Belo Monte.

E a Natureza, que nunca reclama, mas se vinga, às gargalhadas, esperou o momento certo de agir. Dessa vêz, ela nem precisou mexer seus olhos cobertos de folhas. #Mavutsini, o deus maior dos povos do Alto Xingu estava a postos e com sua ira divina. Causou a falha – ainda inexplicável, apesar das declaraçõ oficiais – para vingar sua amiga Natureza. Deixou cidades de 25 estados, além do Distrito Federal, sem luz. Só poupou Roraima que naquela noite estava traumatizada com a cassação do mandato de um reles governador chamado Denarium.

É preciso estar atento e forte, diria Gal Costa. Muito cuidado, pessoal, os deuses de todos os povos são escoteiros. Sempre alertas.

* Adoro intrigas da realeza. E , dessa vez, a culpa é da mãe. A matriarca lia muito, mas antes dos 40, se dedicou aos romances das alcovas reais. Lia e me contava uma por uma das fofocas que sempre cercam as cortes.

LA VIE EN ROSE

By , 20/07/2023 6:29 pm

A VIE EN ROSE.

“…Je vois la vie en rose…”

Gagocha Aires Moreira, minha irmã que foi caçula alguns anos, não usa a cor rosa nem sob tortura. Chama o Corpo de Bombeiros, o Japonês da Federal, é capaz de rezar três “Padre-Nosso” e ficar de cama por meses com uma urticária de origem intergaláctica.

Exageros à parte, ela realmente detesta essa cor. E eu tenho certeza, na minha Psicanálise de botequim, de que é trauma de infância. Quando éramos crianças, usávamos vestidos do mesmo modelo. O de Gagocha sempre cor-de-rosa e o meu sempre azul. Mas não cresci com nenhum problema com a cor azul. Gosto do azul-royal. Azul claro,deixo para minha comadre Ana Lange.

De qualquer forma, não me lembro de ter comprado roupinhas cor-de-rosa para minhas filhas. Nos anos 70, quando elas nasceram, essa cor era associada a mulherzinhas nhem-nhem-nhem e eu fugia da dicotomia azul para meninos e rosa para as meninas, bem antes de uma tal de Damares se encontrar com Jesus na goiabeira.

Pois bem a cor rosa chega ao seu momento de apogeu e glória. O fenômeno se deve a um filme que conta a história de uma boneca chamada “Barbie”. É o maior fenômeno mundial de publicidade. E digo mundial porque invadiu também países da África e Ásia, iuncluindo o mundo árabe.

O filme, com direção de Greta Gerwig, estreou hoje no Brasil e amanhã será a vez dos Estados Unidos celebrar a cor preferida de Mamie Eisenhower, primeira-dama dos EUA, casada com Dwight, e chamadode “Ike” pelos amigos e pela imprensa que se achava íntima do presidente. Foi ele quem deu a largada para a Guerra do Vietnam. Madame estava de rosa.

Mamie, a “first lady”, por falta do que fazer, mandou derrubar todo o banheiro da suite do casal na Casa Branca, para mudar a cor das paredes. Escolheu a cor rosa, para combinar com suas pantufas, negligées e outras peças mais íntimas. E então, as revistas femininas por absoluta falta de assuntos palpitantes começaram a espalhar o boato que a cor rosa era para meninas. Não demorou muito para que uma mulher mais esperta criasse a boneca do mundo cor-de-rosa, Barbara Millicent Roberts ou, simplesmente, Barbie. Felizmente, a boneca não copiou o padrão de beleza da então primeira-dama, mulher de Ike, que nem tinha peitos siliconados ou cintura de pilão.

Sorte da Casa Branca que a sucessora de Mamie foi Jacqueline Kennedy, mulher elegante, de gosto mais apurado tanto para decoração de banheiros quanto para seus chapéus e roupas.

As “Barbies” se multiplicaram. Tem até Barbie usando véu e Barbie negra, que faria Mamie Eisenhower ficar roxa de irritação. Madame era racista.

Quero dizer que, prevendo a futura explosão de demanda da cor com consequente escassez do rosa no mercado, há alguns anos comecei a estocar seus tons e vou passar tranquila pela “crise do rosa”. Tenho saia, calça comprida, chapéu, bolsa em diferentes nuances de rosa. É que sou previnida.

Mas fiquem tranquilos. Nunca vou usar todas as peças ao mesmo tempo.

Ainda não vi o filme, mas não vou perder esse fenômeno lançado exatamente nesse ano em que acabou uma epidemia enquanto o mundo começa a viver a sucessão de desastres climáticos que parecem indicar o fim planeta, com todos vestindo cor-de-rosa.

*Gagocha, pode vir me visitar sem problema. Eu guardo todas as peças cor-de-rosa no fundo do baú. Não quero ser responsável por um possível choque cromático.

Pode ser uma imagem de roupa de dormir

COM TODOS OS DEDOS NAS FERIDAS

By , 12/07/2023 12:04 am

COM TODOS OS DEDOS NAS FERIDAS

Conheci o pensador TARIK ALI num dos encontros do Fórum Social Mundial em Porto Alegre, antes de o evento se tornar um convescote de narcisismos políticos de uma esquerda que a cada dia mais se assemelhava ao adjetivo #festiva. Quis entrevistá-lo porque acabara de ler “Confronto de Fundamentalismos”. Não foi possível. Ele estava cercado de perguntas que não me interessava ouvir e preferi me afastar. Eu queria mesmo era uma conversa consistente. Mas não havia nem tempo, nem hora para meu devaneio. E me restringi a lhe pedir autógrafo no meu exemplar do “Confronto…

Ainda me faltavam dois de seus livros para dizer que já li sua obra completa, “”Piratas do Caribe” e “Winston Churchil”, onde ele descreve as barabaridades praticadas pelo Colonialismo inglês em todos os continentes e cometidas pelo ex-premier que terminou se transformando em herói da liberdade. Terminei agora mesmo de ler os “Piratas”.

E que pancada!

Editado em 2004, pela “Record”, ele não deixa pedra sobre pedra de governantes que alegremente babam de prazer diante do “Consenso de Wasghington”. Preciso, mordaz, ele chega a ser fascinante na sua crítica.

Le hors d’oeuvre começa na página 36.

Copiei aqui para vocês petiscarem.

Qualquer semelhança com fatos reais, não é mera coincidência

“Os séculos dourados estão pela frente. Que os guerreiros do FMI/Banco Mundial se entusiasmassem por essa visão era uma coisa; mas o espírito dos tempos afetou profundamente muitos ex-opositores ao domínio do capital. Vencidos por uma combinação de fadiga e medo do desconhecido, começaram a pintar suas novas vitórias com gloriosas cores primárias, em uma linguagem mais extravagante que a usada 150 anos atrás por Gladstone, que, de modo depreciativo, descreveu os sucessos imperiais como o “intoxicador crescimento e aumento de toda nossa riqueza e todo nosso poder”

Logo na página seguinte, a 37, da edição de 2004, ele continua chicoteando.

“A desilusão pós-1989, o cinismo e uma amargurada visão do passado afetaram tosos os continentes, sem exceção. E aqueles que agora adotam a visão dos vencedores vem de todas as classes sociais e origens políticas: socialdemocratas de esquerda, eurocomunistas, ex-trotskistas, imaculados e puros, sectários em sua plenitude, agora transferindo o mesmo vício para servir velhas causas, maoístas anteriormente favoráveis a distúrbios de rua, teóricos marxistas, dedicados antiimperialistas que, em seu entusiasmo, defenderam os militares etíopes e a desastrosa intervenção soviética no Afeganistão, ex-anarquistas – representantes de todas as espécies podiam ser encontradosa serviço de praticamente todo governo neoliberal – na Europa, na América dos Norte, na África do Sul, no Brasil, na China, na Austrália – ou, onde isso não era possível, aplaudindo ferozmente do lado de fora. Eles ainda acreditavam na luta de classes, mas haviam mudado de lado”.

O AP

By , 26/02/2023 1:51 pm

#Combatente? Sim #Amigo? Sim. #Corajoso? Sim? #Poeta? Sim. #Resistente? Sim, sim, sim. Mas, acima de tudo, o Ap

ACORRENTADO AO CINCO DE NOVEMBRO

By , 02/06/2020 10:56 pm

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