FIM DE LINHA PARA BIDEN/NETANYAHU

By , 26/02/2024 9:01 am

Nem todo poderoso arsenal bélico determina a vitória de um país numa guerra. Porque uma guerra para ser vitoriosa tem necessidade, antes de tudo, da vitória política. Caso contrário, serão apenas amontoados de mortos chorados e venerados.

Se apenas o arsenal contasse para a vitória, o Vietname, com um milhão de mortos teria sido derrotado pelos Estados Unidos, que perdeu 56 mil jovens, naquela guerra preparada por John Kennedy, que morreu em 1963, continuada ferozmente por seu sucessor, Lyndon Johnsohn e que só no governo de Richard Nixon, no começo dos anos 70, viu o tratado de paz. Um tratado de paz que foi quase uma rendição do país mais armado e poderoso do mundo diante de um povo que até hoje come arroz com duas varetinhas chamadas #hashi.

Porque a vitória política é o ingrediente prioritário de qualquer guerra. E, politicamente, nessa guerra genocida de Israel/EUA contra o povo palestino, um povo que sequer tem direito a um Estado, as armas poderosas de Israel, não tem sido suficientes para a rendição de um povo que já não tem casa e comida passou a ser artigo de luxo.

Guardem essa data, 25 DE FEVEREIRO, um domingo que parecia ser igual aos outros.

Foi ontem, domingo, 25 de FEVEREIRO DE 2024 que os dirigentes de Israel, Benjamyn Netanyahu e dos Estados Unidos, Joe Biden, começaram a dar os passos na estrada da derrota. Foram acontecimentos distintos, mas acontecimentos simbólicos desses que chacoalham as almas das sociedades.

O primeiro foi de um ineditismo impressionante. Um militar americano da Aeronáutica, ateou fogo no próprio corpo, em frente à embaixada de Israel, em Washington. Conheço a área. É chique. Gesto que marcou a guerra do Vietname, quando monges budistas se imolavam nas montanhas do Tibet, seus corpos queimando em protesto contra a guerra do Vietname.

Antes de ser socorrido, o militar americano gritava “não quero ser cúmplice de um genocídio”. Era um grito cansado porque ele estava com dificuldades de respirar. Os serviços secretos dos Estados Unidos mantém sigilo sobre seu nome e patente e ele está em estado grave, ainda ardendo internamente e caso não consiga sobreviver ao sacrifício, as ruas dos Estados Unidos vão assistir manifestações contra Joe Biden. Manifestações que possivelmente o derrotem nas eleições de novembro.

O mesmo aconteceu com Trump. Em maio de 2020, ele parecia ter uma vitória incontestável para a reeleição. Mas no dia 26 de maio, sem ar, o negro George Lloyd, com as botas de um policial branco no seu pescoço sufocado, dizia, “eu não consigo respirar”. Foi o suficiente para levantar um país inteiro. E em 12 de junho, na primeira pesquisa pós-Lloyd, Trump estava no tobogã que o derrotou.

Portanto, Biden devia acender velas e se preparar.

Horas depois, da tentativa de imolação do militar americano, em Tel-Aviv, uma multidão de manifestantes ocupava as ruas da capital de Israel pedindo o afastamento imediato do primeiro-ministro, o genocida Netanyahu. A manifestação foi convocada pelos familiares dos reféns que ainda se encontram nas mãos do Hamas em local incerto, talvez até em outro país. Eles estão há 144 dias nas mãos do inimigo e o país mais armado do Oriente Médio não consegue resgatá-los.

Na manifestação, que seguia de forma pacífica, os israelenses sentiram na pele o ódio que poreja nos corpos sionistas, notadamente do carniceiro Netanyahu. A polícia de Tel-Aviv baixou cassetetada nos manifestantes, gás lacrimogêno e gás de pimenta eram jogados contra a multidão. Familiares dos reféns do Hamas foram presos. Sim, repito, FAMILIARES DOS REFÉNS DO HAMAS FORAM PRESOS pelos policiais de Israel porque carregavam cartazes exigindo todos os esforços para trazer os filhos de volta para casa.

Esses dois acontecimentos marcam a derrota política dos senhores da guerra. A depender da sobrevIvência do militar que tocou fogo no corpo, caso aconteça o pior, Joe e Jill já devem começar a encaixotar seus pertences pessoais e marcar a passagem de volta a Newwark.

Quanto a Netanyahu, esse, a cada dia assiste a derrocada de seu sonho poder absolutista.

Porque a guerra, como muitos outros atos, até aqueles que parecem inúteis, está sempre condicionada à vitória política.

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A CUMPLICIDADE DE UM SANTO BISPO

By , 25/02/2024 3:09 pm

Aí estão dois personagens da luta de defesa dos camponeses do sul do Pará. Os padres Ricardo Rezende e Aristides Camio. Os dois enfrentarem a ira dos pistoleiros e do Estado brasileiro sempre conivente ou cúmplice de grande grileiros, fazendeiros e madereiros que infestam uma das mais conflitadas regiões do país. Ricardo escapou de muitas emboscadas de pistoleiros, Aristides, e seu colega François Gouruiu, sentiu a mão cruel do Estado quando foram encarcerados e acusados de incitar a luta de classes. No caso, porque estavam ao lado dos camponeses, muitos deles assassinados por pistoleiros, e as sempre aliadas forças policiais do Estado.

No diálogo entre esses homens que viviam se desviando das balas e ameaças de morte, eles se referem a uma das muitas loucuras que fiz em defesa da “terra para quem nela trabalha” e em nome de um jornalismo que buscava equilíbrio da informações “oficiais” e a dos povos esquecidos e inivisibilizados pela imprensa.

Minha loucura tinha a benção da Igreja Católica, religião na qual fui educada, igreja que respeito por sua resistência contra os dominadores. No caso específico, não apenas a benção, mas a cumplicidade de um homem, o bispo DOM LUCIANO MENDFES DE ALMEIDA que ,à época dos fatos, era secretário-geral da poderosa CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, a quem sou agradecida inclusive pela integridade física de minhas filhas quando fui ameaçada pelas bombas da direita, em 1978.

Igual a tantas outras aventuras, quase sempre perigosas, que vivi, essa também tem sua cota de comédia.

Os missionários franceses, Aristides Camio e François Gouriou tinham sido presos. Tudo porque na celebração da missa, em São Geral do Araguaia, célebre por ter sido a sede de uma das mais aguerridas guerrilhas rurais do Brasil, Camio se referindo à impotência dos camponeses contra os fazendeiros e pistoleiros disse, “um marimbondo sozinho não faz nada. Muitos marimbondos juntos incomodam”. A frase foi suficiente para que os dois caíssem nas garras do Estado.

Os presos foram transferidos para a carceragem da Polícia Federal em Brasília.

Numa sexta-feira, na sala de imprensa da CNBB, Dom Luciano disse que visitaria os presos no dia seguinte. Escrevi minha matéria ali mesmo e fui tomar café com as freiras que fazam deliciosos biscoitos. Sentadinho e quieto numa das mesas do refeitório, Dom Luciano fazia seu lanche da tarde. Ora, meu instinto jornalístico disse “Ôba, é agora”. Dom Luciano gostava muito de mim. Sentei perto dele e, como se fosse muito simples, disse, “Dom Luciano, eu vou com o senhor visitar os padres presos”.

Na sua santa quietude, ele me olhou como se eu anunciasse a disposição de incendiar Brasília. Não e não, ele respondeu.

Choraminguei, reclamei da vida, falei que assumiria toda responsabilidade, ça vá sans dire, só faltei me ajoelhar para beijar a mão do bispo.

E ele, impávido colosso, parecia inatingível quando, de repente, quem sabe o ‘Espírito Santo” estivesse ali por perto, perguntou. “E como vamos fazer?”, Youpiiiiiiiii!, meu grito de guerra ressoou pelos corredores da CNBB. Deve ter sido inclusive ouvido na Nunciatura Apostólica, construída ao lado do pédio da CNBB.

Eu já tinhao figurino certo. E respondi, “ora, vou vestida de missionária que trabalha nos confins da África”. Claro que Dom Luciano achou impossivel porque sempre me vesti feito hippie, bem colorida, saias largas e túnicas, cheia de colares e chapéu.

Dom Luciano duvidando, disse, “tudo certo, mas vamos juntos para ver se aprovo essa sua roupa de missionária”. A visita começaria às duas da tarde.

Pouco depois do meio-dia, telefonei para meu jornal (Foha de São Paulo) e disse, “olha, se vocês nao tiverem pressa, às cinco tenho matéria exclusiva e explosiva”. Não adiantei o assunto, mas contei com a confiança que eles depositavam em mim.

De saia preta estampada de delicadas florezinhas brancas, blusa branca com viés preto e botões pretos, cabelo com um coque de secretária executiva do Banco Mundial, um belo crucifixo em ônix que mamãe tinha comprado na Espanha, uma Bíblia pequenina e preta na mão. Comprei numa livraria no caminho. Bolsa preta com meus documentos, dinheiro para táxi e um terço.

Dom Luciano riu discretamente e só faltou abrir a boca de espanto. Mas, no fundo ele sabia da minha capacidade de ser quem quero ser.

Passamos tranquilos pela vistoria da PF. Ainda disse amém com as mãos juntas quando o moço da PF fechou a bolsa de tão inocente conteúdo.

Minha memória é boa. Não precisava de lápis ou papel para anotar todas as informações.

Na sala onde os padres estavam presos, um início de conversa absolutamente protocolar. Cinco minutos depois, comecei as perguntas. E foram muitas. Meu Deus do céu, eu tinha um diamante bruto na minha mão e a cabeça num furioso redemoinho de letras e frases se encaixando.

Padre Novack, que dirigia o carro da CNBB com Dom Luciano, me deixou na esquina do jornal e, no domingo, a “Folha de São Paulo” anunciava em letras grandes e pequenas que o morto durante a emboscada que os camponeses fizeram não era um policial militar do Pará. Era pistoleiro dos grileiros que expulsavam os camponeses sem terra. Era a prova explícita de que os agentes do Estado serviam aos interesses dos selvagens fazendeiros,

E eu, que nem estava de plantão naquele sábado de aventura, no domingo li a matéria que estava bem tratada, li os jornais do dia na banca da esquina, peguei minhas filhotas e fui para clube, com a consciência de dever cumprido*

*Muito cedo, bem antes dos 20 anos, honrando a tradição de minha famĺia, fiz minha profissão de fé para a vida. A de defender os dominados contra os dominadores. Fossem quem fossem. E continuo leal a esse prncípio,

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TESES E FILHOS

By , 23/02/2024 8:46 am

(Desculpem o ataque de vaidade)

Sou de natureza aquática. Ou seja, choro igual bezerro desmamado. Choro quando assisto “Casablanca”, sempre na mesma cena. E já asssisti 78 vezes. Contadinhas no caderno. Choro quando a mata queima e sei que os bichos das matas estão correndo desesperados. Choro quando vejo imagens das crianças palestinas, choro quando uma criança está chorando de sofrimento e eu não posso ninar. Devo ter um aqüifero de lágrimas em algum lugar do meu corpo.

Mas comecei a ler a tese da minha filha caçula e aí derramei as águas do Xingu, do Amazonas, do Araguaia, do Anil, do Branco, do Caomé, do Uaricoera todas essas juntas escorreram e ainda estão escorrendo dos meus olhos.

Sempre quis ter filhas. Eu queria ter seis filhas, mas a Natureza não me ajudou porque a Natureza é sábia e sabe que só tenho dois braços. Então, ela me concedeu duas filhas. E tenho orgulho das duas. Elas fazem bem o que elas escolheram fazer. Jamais criei expectativa para que elas fossem isso ou aquilo. Mas sempre tive dois sonhos. Que elas fossem felizes e fizessem bem feito o que elas escolheram fazer na vida. E assim aconteceu.

Comecei a ler a tese da minha doutorinha que quano criança queria ser bailarina, astronauta e cientista e hoje é professora e posso dizer que é cientista porque Antropologia é uma ciência que exige amor e saber.

Quando esbarrei nos agradecimentos, comecei a chorar. Nossas vidas juntaas passaram na minha frente. Decidi trazer aqui a parte dos agradecimentos que me diz respeito e me encheu de vaidade e de saudades de duas menininhas que são meu tesouro.

Segue aí o texto que faz parte dos agradecimentos da tese.

“Entre os colegas e amigos seniores, os diálogos francos com Aristóteles Barcelos Neto me

estimularam a continuar e não me desviar das sendas etnográficas. Miguel Aparício Suárez, agora

compadre, a quem sempre recorro com dúvidas e dilemas, me estimula e impele a continuar. Na

França, Nathalie Pétesch me apoiou e estimulou, além de ter provido a karajologia com um dos seus

insights mais importantes, que é o da estrutura triádica. Os antropólogos que frequentaram a casa da

minha infância foram certamente o primeiro chamariz a essa ciência e a esse mundo fascinante e

cheio de desafios. Patrick Menget, Nathalie Pétesch, Dominique Buchillet, Bruce Albert e,

tardiamente Christian Geffray: vê-los ir e vir de campo, ver suas longas esperas por autorizações da

Funai naqueles anos 1980, acompanhar de perto seu envolvimento não apenas com os índios

enquanto fornecedores de dados interessantes mas enquanto parceiros, amigos e sujeitos que

precisavam de apoio contra as invasões, as injustiças e os massacres. Crescer vendo seu trabalho e a

luta em conjunto com os índios certamente formou boa parte da antropóloga que me tornei.

Agradeço a Ricardo Cavalcanti-Schiel que me apoiou e deu suporte nos tempos em que

dividimos nossas vidas.

À minha família por afinidade agradeço a Fernando, Cida e Laís Geiser, pelo suporte e

apoio. Especialmente a Cida por ser minha leitora entusiasta e por fazer perguntas que me mostram

como devo me expressar para ser compreendida por leitores não especialistas.

Na minha família, certamente nada disso existiria se eu não fosse filha de Memélia Moreira, jornalista combativa e apaixonada por sua profissão e pela causa indígena. Essa mulher

forte, “minha doce guerreira” que vi virar tantas noites misturando escrita, pranto, luta e luto. Sua

generosidade sem igual trouxe ao meu universo infantil histórias, índios, antropólogos, indigenistas,

sertanistas, todos na mesma minha casa, que já foi chamada de “QG do indigenismo brasileiro” por

um certo antropólogo francês.

A meu pai, Kristian Schiel, que foi ao Xingu muito antes de conhecer minha mãe, me

ensinou a amar “todos os matos do mundo” e me apresentou Karl May e Winnetou, o apache que

encanta todo menino alemão, de Kristian a Curt Nimuendaju.

A minha irmã, Cristina, que compartilhou comigo essa infância sui generis, foi meu ponto

de apoio nas idas e vindas de campo, primeira casa que me recebia quando eu chegava das viagens.

À família que fundei. Agradeço ao Gustavo Geiser por todo o carinho, o apoio, o suporte, a

amizade, o diálogo absolutamente franco em todo e qualquer assunto. E finalmente, agradeço a Iara

e Mathias por me mostrarem a cada dia tudo o mais que há nessa vida.”

Novamente, desculpem meu surto de vaidade

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TERRORISTAS

By , 21/02/2024 2:42 pm

John Adams, o segundo presidente dos Estados Unidos e considerado um dos “fundadores” do país, era terrorista. Promoveu inúmeras ações de sabotagem contra a Inglaterra, na época governada pelo rei George III.

Os revolucionários franceses que derrubaram a mais absolutista das monarquias e passaram a guilhotinar reis e nobres, também eram terroristas. Foi lá que a palavra triunfou.

Toussaint l’ Overture, herói da independência do Haiti, em 1804, era terrorista e morreu numa prisão francesa.

Mas, com a prisão dos “terroristas” franceses o termo ficou escondido por mais de três séculos até que nos anos 60, os combatentes da FLN que lutavam pela independência da Argélia contra o domínio francês foram “agraciados” pelo adjetivo. O Estado francês se encarregou de resgatá-lo. Mas o grupo paramilitar de extrema direita da OAS (Organisation Armée Secrète) que inculsive tentou matar o general de Gaulle, jamais foi chamada de terrorista. Porque a expressão “terrorista” jamais se aplica à Direita.

Quem gostou muito da retomada do termo foi o os EUA que, dois anos depois da independência da Argélia, começava a implantar ditaduras de norte a sul da América Latina. E a linguagem escolhida pelo Império para assustar aquelas camadas da população desinformada e miserável demais para se informarem, foi a linguagem do medo. Nada melhor do que o uso da palavras palavras “”terror” e “terrorrista”, porque no inconsciente coletivo elas estão associadas a violências, torturas, mortes.

E foi assim que a palavra “terrorista” iniciou uma nova era. Ela serviu e vem servindo há mais de séculos para designar povos ou movimentos que se levantam contra Estados ou sistemas políticos que vampirizam corpos e mentes dos miseráveis.

E com essa palavra mágica, floresceram então as ditaduras no continente latino-americano, todas elas sob o manto protetor dos EUA.

parir daí, políticos que se opunham à dominação do Império carregavam nas costas o aposto “terrorista”. Do Brasil à Colômbia, da Argentina à Bolívia, do Uruguai ao Chile, os terroristas se espalhavam lutando em favor das liberdades.

Deu certo por muito tempo, mas o desespero do povo desvitalizou a palavra. Ela perdeu a força e migrou para outros continentes onde os povos começavam identificar os responsáveis por suas desumanas condições de vida.

A situação ficou tão séria que a ONU decidiu criar um grupo de estudos para classificar o que é e o que não é terrorismo. O grupo foi criado nos anos 90 mas, até hoje não avançou. Esse impasse só favorece os impérios que, controlando todos os meios de informação, rotulam todos aqueles que se opõem o poder dos novos colonialismo.

No meu dicionário pessoal e, não autorizado, “terrorista” é toda aquela pessoa ou grupo que luta pela soberania de seu país e pela liberdade do seu povo.

E a História está aí para me proteger.

OS INDIGNADOS

By , 20/02/2024 3:00 pm

Sei que é pedir muito, mas eu gostaria de ter visto a mesma indignação que os colunistas DORA KRAMER, VERA MAGALHÃES E MERVAL PEREIRA, GUGA CHAKRA e e outros do segundo escalão demonstraram contra a fala de Lula comparando os holocaustos contra os judeus e palestinos.

Repito, a palavra #Holocausto” não é reserva de mercado do povo judeu. De origem grega, a palavra holocausto, #Shoa, em hebraico, siginifica literalmente, “destruição, ruína, catástrofe”.

E o que é que está acontecendo agora na Palestina? Destruição total. Até mesmo a secular universidade foi bombardeada e restam escombros. Aqueles que tem escapado dos ataques diários de bombas não tem casa para morar porque foram destruídas pelos bombardeios do Estado de Israel.

E o que são os campos de refugiados dos palestinos? Uma versão moderna dos guetos impostos pelo Nazismo. E se espalham pelo Oriente Médio.

Só por um detalhe, Netanyahu, ao contrário de Hitler não vai conseguir exterminar seis milhões de palestinos. Simplesmente porque 5,9 milhões de palestinos estão nos guetos modernos, em condições precárias, com a ajuda da ONU.

Sim, o que está acontecendo hoje em Gaza é um holocausto. Doa a quem doer, essa é a palavra que na própria língua falada em Israel significa “destruição, ruína, catástrofe”.

E há exatos 138 dias, um povo inteiro vem sendo destruído, suas vidas, arruinadas e catástrofe soa suave para mais de um milhão de pessoas que estão passando fome porque nem a chamada ajuda humanitária consegue cruzar as fronteiras para lhes levar pão.

Portanto, eu realmente espero que o nível de hipocrisia dessa indignação seletiva se limite às suas conversinhas amigáveis de jornalistas no final do dia.

Lula não errou. Ele apenas apontou o dedo e disse que o rei está nu.

MATRIARCA ENTRE MARES E MONTANHAS

By , 12/02/2024 12:50 pm

Mamãe no gramado do Hotel Nacional em Brasília, 33 anos

Quando uso a palavra #matriarca, na maioria das vezes, estou me referindo à minha mãe. Hoje é seu aniversário. Ela faria 94 anos. Chegaria a 100, segundo médicos brasileiros e os de além mar. Morreu aos 92 por culpa de um vírus que se espalhou porque um governante com pulsão de morte, não queria vacina para o povo.

Mas hoje é aniversário de mamãe e eu quero celebrar a vida dessa mulher gloriosa, elegante, aristocrática e que tinha fome de saber. Devorava livros e gostava de farinha e carne de sol. E, acima de tudo, foi mãe que nunca terceirizou a educação dos filhos. Sempre esteve presente, mas não ia às reuniões de pais e professores. E concordava com ela. Quase tão chatas quanto reunião de condomínio.

Totalmente desafinada, foi ela quem me ensinou a cantar músicas de sua infância e também samba-canção, valsas, cirandas, tangos e até samba. Gostava de Elvis Presley e até sabia dançar twist. Ensinei mamãe a gostar e a dançar rock. Ela se divertia comigo. Às vezes me telefonava e quando eu perguntava se estava tudo bem ela dizia, “estou ligando só porque você me faz rir quando conversamos”.

Mamãe devorava livros e me levou para esse caminho de vício, sonhos e fantasias e saberes. Adorava dançar e, sempre se fantasiava no Carnaval.

Torcedora fanática do Flamengo, ela fechava a janela e a porta do seu quarto, ficava na escuridão, TV ligada. Na hora do gol ela berrava. Por isso se escondia tanto. Alucinava, xingava o juíz. Enfim…

Mas o que ela gostava mesmo era de viajar. Dos Andes aos Alpes, dona Terci também cruzou muitos mares, o Egeu, o Adriático, o Mediterrâneo, o Caribe, o Mancha, o gollfo do México e tantos portos e baías.

Mamãe era muitas. A minha é essa, a da mulher intelectualmente cultivada, modos refinados, militante e apaixonada pela vida.

Trouxe aqui fotos de mamãe pelo mundo. Só não encontrei uma em Budapest, onde estivemos no inverno de 91, em Londres, Edimburgh e em Verona, onde eu baixei o AI-5 para ela se debruçar na sacada de Julieta. E nós duas repetimos as falas de Shakespeare. Eu era o Romeu e ela estava morrendo de frio.

Não procurei porque são duas caixas com mais de cinco mil fotos da matriarca pelo planeta. Ela pretendia até mesmo fazer uma viagem espacial, mas eu controlava esse desvario porque era bem capaz que ela fosse escavar as crateras da lua.

Não duvidem.

FELIZ ANIVERSÁRIO, mãe!

Soledad Barret

By , 03/11/2009 1:45 pm

Soledad Barret

Soledad Barret
(06/01/1945 – 08/01/1973)

A SENHORA DO KANUM

By , 03/09/2009 10:25 am

A SENHORA DO KANUM

DE VOLTA À TRINCHEIRA

By , 16/02/2005 3:43 pm

(Reflexões sobre a devastação da reserva de moralidade)

Mais do que uma reflexão sobre a crise política, escrevo para exorcizar meus fantasmas e reduzir o índice de angústia que tem me sufocado há três meses, quando os casos de corrupção envolvendo o Governo começaram a ser denunciados.
Para quem recebeu aquela minha carta aberta ao Lula, em agosto do ano passado, sabe que as denúncias não me surpreenderam. Eu só não sabia quando elas chegariam ao público, mas sabia que a temperatura das ganâncias estava em ponto de ebulição.
Apesar de ser um dos meus favoritos, rejeito o determinismo de Machado de Assis quando um de seus personagens (esqueci em qual dos romances) diz que “a ocasião não faz o ladrão, faz o roubo; o ladrão já nasce feito”. Mas, acho que vocês se lembram de eu ter falado de Delúbio, não? De Marcelo Sereno? Pois bem, Delúbio, para mim , personifica aquilo que os criminalistas chamam de “corpo de delito”. E não é de agora, nem começou com a chegada de Lula ao Palácio do Planalto. Vem de longe. Com ele se justifica o determinismo machadiano.
Mas agora peço que tenham paciência e me ajudem nessa reflexão. Quando estourou a crise, passei a ler a reação daqueles que há alguns séculos saqueiam (e sacam) nossos bens, o produto de nosso trabalho e, em algumas circunstâncias, até mesmo nossos sentimentos. Varei madrugadas atenta a todos os jornais brasileiros que permitem leitura via internet. Até mesmo jornais pequenos, da Amazônia, do Nordeste. Todos os neurônios estavam em alerta máxima na tentativa de entender porque se mostravam tão indignados, se essa é a prática grande maioria deles. Saqueadores históricos, transformaram esse exercício não apenas num apêndice de suas atividades mas, no principal objetivo de suas vidas, para se sustentarem no poder indefinadamente. E se sustentam.. E foi por essa trilha que muitos dos “nossos” se perderam.
No primeiro momento a reação tinha cheiro e cor de hiopocrisia. Depois quase mergulho na tentação de acreditar que, sim, era um complô das elites. A explicação parecia boa. Mas tinha um problema. Era muito nos moldes da lógica do Capitão Renault, no aeroporto de Casablanca, logo depois de Ricky matar o oficial nazista que queria prender um herói da resistência.. Renault, com a seriedade exigida a um gendarme determina, “prendam os suspeitos habituais”.
É muito fácil dizer “é culpa das elites”. Mas, dessa vez, não. Recusei a dose de ração que nós, da esquerda, sempre nos servimos diante de algum fracasso ou erro. Claro que a elite é culpada. Mas, agora, ela entra apenas com sua culpa histórica. E não conseguia, realmente, entender porque tanta perplexidade se os dirigentes petistas apenas cumpriam o triste ritual do nosso país.
Finalmente, quando a crise já está quase no seu centésimo dia (se não me engano, começou na primeira quinzena de maio), penso que começo a ter uma resposta quase satisfatória para minhas angústias. E quero compartilhar com vocês. Por favor, me respondam e discutam comigo porque embora eu comece a encontrar sentido, permaneço angustiada. E, principalmente, abatida. Não por causa de Lula. Sempre o considerei um pequeno-burguês em busca de ascensão. E não sou daqueles que acreditam que pelo fato de ser um operário, “gente do povo”, é mais virtuoso que um garotão surfista da zona sul do Rio.
Minha angústia é por todos aqueles que acreditaram (e devem continuar acreditando), no sonho de uma sociedade “justa e igualitária” (acho que vou me permitir usar o surrado kit). Aqueles que perdemos ao longo do caminho, aqueles que ainda entregam suas mais preciosas qualidade e os belos momentos para transformar a vida de nossa gente. Minha angústia é por aqueles que amaram a revolução. E dedicaram suas vidas ao sonho. Aí estão incluídos alguns dos meus irmãos, que ainda continuam na militância de todas as utopias.
Então percebi que a perplexidade e indignação (mesmo que em alguns casos seja hipócrita) tem a mesma raíz da perplexidade e indignação de alguns quando tomam conhecimento, de que determinado líder indígena fez derrubada ilegal de madeira, comprou um carro zero, um avião, encheu de prostitutas e foi fazer orgia na beira do rio. Muitas vezes me deparei com esse cenário. E me custava muito dizer, “ei, eles são gente!”.
E por que nos sentimos traídos quando um índio age tal qual um não índio? Porque em nossas cabecinhas, eles deveriam se constituir na última “reserva de humanidade”. Ou seja, podemos nos perverter à vontade, cometer todas as barbáries, mentir, enganar, corromper, mas lá no fundo sabemos que há “salvação” para o ser humano porque os índios, são o exemplo de que o ser humano na sua origem, pode “ser puro, intocado pelos apelos da nefasta sociedade. Ele é o ser huumano na sua plenitude de beleza, inocência, blá blá blá blá blá blá”. Eles não teriam direito de nos decepcionar porque se constituem na última “reserva de humanidade” e quando se corrompem de alguma forma, nós nos sentimos mal, imprecamos, reagimos com mais agressividade do que quando um garimpeiro bamburra, compra um carro zero, aluga um avião, enche de prostitutes e vai para os grotões fazer orgia. Porque, no caso dos índios, eles nos mostram que sim, o ser humano, mesmo sem saber manipular os mecanismos de uma sociedade decadente, sabe praticar todas as vilanias e torpezas que nos caracterizam e nos distinguem dos outros animais. No caso dos garimpeiros, madereiros e outros agentes da destruição, bom, esses aí não têm jeito. São excrementos da sociedade. E vamos dormir tranquilos.
É a mesma reação daqueles que torceram o nariz para o filme “A Queda”, que conta os últimos dias de Hitler. Isto porque, dizem, os críticos, “o filme humanizou Hitler”. Ora, convenhamos, Hitler, queiramos ou não, era um ser humano. Da mesma humanidade que produziu um Ariel Sharon, um George W. Bush, um Antonio Carlos Magalhães e também um Vivaldi, um Sartre, um Chico Buarque um Monet e tantos outros que nos fazem sentir sublimes também.
E assim foi com o PT e sua história. Nasceu e cultivou o mito da pureza, da seriedade com a res publica .. E todos nós acreditamos porque era conveniente acreditar. Porque ele seria, no cenário politico de um país sempre colonia, uma “reserva moral”, o ultimo refúgio para os éticos. Se um desses robertojefersons ou waldemaresnetos se corrompia, no fundo de sua consciência ele sabia que a qualquer momento podia buscar abrigo naquela reserva onde floresciam os limpos de coração e bolso.
E, de repente, a reserva foi invadida, fizeram uma grande fogueira de preceitos morais, transformaram os princípios em lenha para aquecer desejos fúteis, um Cohiba aqui, um Land Rover acolá e destruiram os marcos daquele território que se pretendia sagrado.
Mas não foi tão de repente assim. Começaram logo depois da vitória. Imediatamente, para acalmar um tal de Mercado, embarcaram para a sede do Império e anunciaram que seu ministro das finanças seria uma pessoa “de confiança” dos vitoriosos de sempre, que ficassem tranquilos com os investimentos porque Monsanto e Cargill poderiam transformer o outrora verde de nossas matas em laboratório para experiências de organismos geneticamente modificados, que sim, ficassem tranquilos porque o Cassino Brasil continuaria de portas abertas para o capital volátil e, com a subserviência que sempre caracterizou os antigos adversários, mandaram tropas de ocupação para o Haiti, um pobre país que sofrera um golpe de estado construído pelos Estados Unidos, França e Canadá. Com isso, liberaram contingents militares do Império para continuar sua ocupação no Iraque. Até aí, poucos se indignavam ou demonstravam sua perplexidade. Mas as cercas da reserva estavam começando a ruir. E então, começaram a jorrar milhões e milhões de dólares (pobre real, não serve nem para a corrupção).
E quando começaram a jorrar os milhões e milhões a cada depoimento, os eternos saqueadores se assustaram. Onde está nossa reserva moral? E agora, o que fazer? E passaram a gritar, espernear. E não era apenas hipocrisia. Era a certeza de que tudo apodrecera e, chegada a hora da verdade não terão mais um refúgio.
Apesar de tudo isso, apesar dessa tristeza infinita, tenho a mais absoluta convicção de que sim, nós vamos superar mais essa. Nunca tive um partido. Tenho causas pelas quais lutei e lutarei sempre, onde quer que esteja. Mas, tenho amigos e familiars a quem guardo respeito e que são integrantes dessa pobre reserva devastada. Pare eles quero dizer que não, a História não acabou. São os famosos “dois passos para trás” de um processo longo, de uma libertação possível.
Não apenas a História continua, como também ela pode agora ser reconstruída de forma artística. Sim, vamos construir um grande e majestoso mosaico. E o que é um mosaico? Nada mais do que cacos de formas, cores e tamanhos diferentes, colados numa grande base da qual não podem se desprender para não criar buracos. De de tão belos, enfeitam os grandes monumentos da Humanidade. Essa humanidade velha e cansada de guerras, mas sempre surpreendente na sua capacidade de recriar arte do próprio lixo.
Não estou à vontade para puxar nenhuma palavra de ordem, amigos, mas quero lhes dizer que está na hora de voltar á trincheira. E continuar na luta pelos sonhos que sonhamos.
Um beijo grande para vocês. Enorme, para aquecer corações que devem estar estrangulados.

EM BUSCA DA AUTO-ESTIMA

By , 20/09/2004 3:47 pm

Nenhures, 20 de setembro de 2004

Foi de propósito que deixei para comentar a nova campanha governamental para que o povo brasileiro cultive a auto-estima depois de passada as comemorações pela independência do Brasil. Não queria escrever ainda à sombra das bandeiras e, praticamente colunistas de todos os jornais se debruçaram sobre o assunto.
Não estou com apetite para entrar na discussão dessa tentativa de retomada do ufanismo, lançada há mais de 30 anos pelo general-presidente, Emílio Garrastazu Médici. Ainda estão frescas na nossa memória slogans tais como “Pra frente Brasil”; “Brasil ame-o ou deixei-o” e, em alguns casos, chegou-se ao extremo de colar adesivos no carro com a frase “Brasil acima de tudo”, literalmente traduzida do original, “Deutsch über alles”, ou “Alemanha acima de tudo”, que era a palavra de ordem do governo de Adolph Hitler e os militantes nazistas.
Vamos ficar só nessa nova campanha.
Colunistas importantes, de jornais de circulação nacional avalisaram a campanha lembrando que os franceses saem às ruas em festa para comemorar o 14 de julho, data nacional daquele país e que comemora a queda da Bastilha, célebre prisão onde eram encarcerados os inimigos dos déspotas reis da França. Também lembraram que nos Estados Unidos, quatro de julho, o Independemce Day é festejado com alegria pelo povo norte-americano.
Tudo isso é bem verdade. E, ao longo dos anos,cheguei a cultivar uma certa inveja dos povos que festejam com tanto fervor suas datas nacionais, saem ás ruas, cantam, fazem pic-nic, dançam.
Mas, só para refrescar a memória, é preciso dizer porque tanta alegria de um povo na suas datas nacionais.
No 14 de julho de 1789, a célebre Bastilha foi literalmente destruída em meio a uma revolução encabeçada pela burguesia e pela intelectualidade francesas, além de elementos do povo que extinguiu o absolutismo, guilhotinou os aristocratas e inaugurou uma nova era na França, tornando-a moderna e mais igualitária.
O Independence Day também é fruto de uma revolução. Esgotados por uma série de impostos ditados pela Inglaterra, os norte-americanos, com apoio político e financeiro dos franceses (que ainda não haviam engolido a derrota contra a Inglaterra na Guerra dos Sete Anos, em 1763) iniciaram um movimento separatista em 1775, travaram batalhas sangrentas e, finalmente, em quatro de julho de 1776, os delegados dos 13 territórios que naquela época formavam os Estados Unidos, declaram sua independência que só é recomhecida em 1783, no Tratado de Versailles.
E o que dizer de nossa independência?
Para começar, os livros de História registram timidamente nossas lutas contra o colonizador. A bandeira não é hasteada pela Revolução Praieira, pela revolta de Beckman, pelas tantas guerras que enfrentamos. Tiradentes não é devidamente cultuado e o 21 de abril, data de seu enforcamento, é apenas mais um feriado que também festeja o nascimento de Brasília.
Além disso, o grito de independência foi dado pelo filho do rei que nos dominava, e que não rompeu os laços com a colônia. Ao contrário, deu o grito e abriu um rombo nas nossas finanças porque tivemos que pagar indenização a Portugal depois da independência. Que independência é essa que logo no seu primeiro momento cria uma brutal dívida externa da qual até hoje não nos livramos, a título de indenização? E eu me pergunto indenização de quê? Não bastara o saque? E onde estava o povo nesse dia sete de setembro de 1822? Não ao lado do príncipe regente. Ao lado dele, só as tropas de elite.
Essa são as algumas das diferenças entre o entusiasmo com o qual franceses e norte-americanos comemoram sua data nacional e a nossa indiferença, quase apatia para irmos às ruas festejar o sete de setembro.
E esse é apenas um fator de auto-estima. O culto às lutas, aos heróis. Muitos dos nossos heróis foram sepultados em covas rasas e seus nomes sequer constam do caderno de endereços do cemitério.
Não temos razões para segurar a bandeira da auto-estima quando só em são Paulo, a mais rica cidade do País, 600 mil pessoas vivem em 1.648 cortiços, além da população das ruas que agora enfrentam um verdadeiro genocídio, com 18 mortos entre 17 de agosto a 12 de setembro. Mortos no meio das ruas, de São Paulo, Recife, Belo Horizonte, com sinais evidentes de barbárie.
Não temos razões para cultivar o sentimento de auto-estima quando o País anualmente disputa o primeiro lugar entre as nações de maior injustiça social do planeta. E de maior concentração de terra também, criando um expressivo contingente de famintos que terminam sendo recrutados pelas tropas do narcotráfico.
Não temos razões de auto-estima quando sabemos que nossos cientistas e pesquisadores são obrigados a um êxodo constante porque no Brasil não há qualquer estímulo à pesquisa e os recursos que dveriam ser gastos com educação terminan escorando campanhas publicitárias e políticas para a manutenção do poder.
Auto-estima, ao contrário do que podem pensar marqueteiros da moda e algumas autoridades do Palácio do Planalto, não é regra de comportamento determinada por lei, medida provisória ou campanhas publicitárias veiculadas pelos meios de comunicação.
Auto-estima é traço cultural. É conquista e conquista construída ao longo da formação cultural de cada povo. É um trabalho de gerações e não um modelito novo que se vai usar na primavera que se anuncia….
Saudações

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