MAVUTSINI NO COMANDO

By , 16 August, 2023 1:06 pm

É assim. Eles fazem estudos de impacto ambiental sentados no sofá e escritos a lápis. Depois apagam o que parece incômodo aos governantes e, começam a tocar a obra. Polêmicas, discuros revoltados, patati-patatá, destróem patrimônios naturais, patati-patatá.

Inauguram a obra. Enchem o peito de orgulho patriótico. Discursos, patati, patatá. E lá se vai a água jorrando para gerar energia. Tudo bem, tudo bonito na festa e a Natureza morta olhando os convidados com tristeza, desespero e desprezo.

Inauguraram Belo Monte, destruiram um rio inteiro, exatamente o Xingu, o “rio da cultura nacional,” segundo o antropólogo Eduardo #Viveiros de Castro, para quem tiro o chapéu em sinal de respeito ao seu conhecimento.

A energia começou a ser gerada.

Embora vulgares nos seus sonhos e realizações, sentiram-se deuses e sairam anunciando “Faça-se Luz” e o coro, “E a Luz se fez”.

A mata observando calada diante daquele erro estúpido, os ribeirinhos sem peixe, os índios traumatizados E o patrimônio natural da humanidade, a Volta Grande do Xingu, uma foto na parede.

Mas eis que os Diabos – todos eles. Não faltou nem Lúcifer e nem Kanaimé -, sempre alertas, perceberam o erro. Perceberam, mas se calaram.

Toda aquela pomposa construção, digna dos melhores momentos de uma ditadura que continua à espreita, cercada de polêmicas e drenando milhões de reais, dólares ou euros, lá sei eu, para algumas contas bancárias selecionadas, trazia o velho e absurdo erro. Erro que sempre cerca as construções de hidrelétricas no Brasil, de Itaipu a Balbina, passando por Samuel e Tucuruí e desembocando em Belo Monte são assim, uma réplica dos cenários de Potemkin. Não às margens do Dnieper, cercado pelo gelo, mas às margens da gloriosa floresta amazônica, na beira do Xingu.

Sim, Balbina, em Roraima; Samuel, em Rondônia; Itaipu, no Paraná; Tucuruí, no Pará e Belo Monte, também no Pará, são verdadeiros cenários criados pelo príncipe russo Alexandrovitch Potemkim para agradar sua amante, Katrina II, esposa do czar Pyotr III*.

Atrás daquela pujança construída sobre o povo em escombros, o nada. Com todo aquele volume de água, qual a quantidade de linhas de extensão, vararam a floresta?

E todas essas mal cheirosas hidrelétricas sofrem do mesmo mal. Escassez dos cabos de extensão. Claro. Ninguém inaugura cabos no meio da mata.

O resultado disso são os frequentes apagões que causam prejuízos ao povo, ao comércio, à indústria e aos afagos dos egos de todos os governos.

Não por coinidência, “a rara falha operacional” nas palavras do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, aconteceu numa subestação ligada a Belo Monte.

E a Natureza, que nunca reclama, mas se vinga, às gargalhadas, esperou o momento certo de agir. Dessa vêz, ela nem precisou mexer seus olhos cobertos de folhas. #Mavutsini, o deus maior dos povos do Alto Xingu estava a postos e com sua ira divina. Causou a falha – ainda inexplicável, apesar das declaraçõ oficiais – para vingar sua amiga Natureza. Deixou cidades de 25 estados, além do Distrito Federal, sem luz. Só poupou Roraima que naquela noite estava traumatizada com a cassação do mandato de um reles governador chamado Denarium.

É preciso estar atento e forte, diria Gal Costa. Muito cuidado, pessoal, os deuses de todos os povos são escoteiros. Sempre alertas.

* Adoro intrigas da realeza. E , dessa vez, a culpa é da mãe. A matriarca lia muito, mas antes dos 40, se dedicou aos romances das alcovas reais. Lia e me contava uma por uma das fofocas que sempre cercam as cortes.

LA VIE EN ROSE

By , 20 July, 2023 6:29 pm

A VIE EN ROSE.

“…Je vois la vie en rose…”

Gagocha Aires Moreira, minha irmã que foi caçula alguns anos, não usa a cor rosa nem sob tortura. Chama o Corpo de Bombeiros, o Japonês da Federal, é capaz de rezar três “Padre-Nosso” e ficar de cama por meses com uma urticária de origem intergaláctica.

Exageros à parte, ela realmente detesta essa cor. E eu tenho certeza, na minha Psicanálise de botequim, de que é trauma de infância. Quando éramos crianças, usávamos vestidos do mesmo modelo. O de Gagocha sempre cor-de-rosa e o meu sempre azul. Mas não cresci com nenhum problema com a cor azul. Gosto do azul-royal. Azul claro,deixo para minha comadre Ana Lange.

De qualquer forma, não me lembro de ter comprado roupinhas cor-de-rosa para minhas filhas. Nos anos 70, quando elas nasceram, essa cor era associada a mulherzinhas nhem-nhem-nhem e eu fugia da dicotomia azul para meninos e rosa para as meninas, bem antes de uma tal de Damares se encontrar com Jesus na goiabeira.

Pois bem a cor rosa chega ao seu momento de apogeu e glória. O fenômeno se deve a um filme que conta a história de uma boneca chamada “Barbie”. É o maior fenômeno mundial de publicidade. E digo mundial porque invadiu também países da África e Ásia, iuncluindo o mundo árabe.

O filme, com direção de Greta Gerwig, estreou hoje no Brasil e amanhã será a vez dos Estados Unidos celebrar a cor preferida de Mamie Eisenhower, primeira-dama dos EUA, casada com Dwight, e chamadode “Ike” pelos amigos e pela imprensa que se achava íntima do presidente. Foi ele quem deu a largada para a Guerra do Vietnam. Madame estava de rosa.

Mamie, a “first lady”, por falta do que fazer, mandou derrubar todo o banheiro da suite do casal na Casa Branca, para mudar a cor das paredes. Escolheu a cor rosa, para combinar com suas pantufas, negligées e outras peças mais íntimas. E então, as revistas femininas por absoluta falta de assuntos palpitantes começaram a espalhar o boato que a cor rosa era para meninas. Não demorou muito para que uma mulher mais esperta criasse a boneca do mundo cor-de-rosa, Barbara Millicent Roberts ou, simplesmente, Barbie. Felizmente, a boneca não copiou o padrão de beleza da então primeira-dama, mulher de Ike, que nem tinha peitos siliconados ou cintura de pilão.

Sorte da Casa Branca que a sucessora de Mamie foi Jacqueline Kennedy, mulher elegante, de gosto mais apurado tanto para decoração de banheiros quanto para seus chapéus e roupas.

As “Barbies” se multiplicaram. Tem até Barbie usando véu e Barbie negra, que faria Mamie Eisenhower ficar roxa de irritação. Madame era racista.

Quero dizer que, prevendo a futura explosão de demanda da cor com consequente escassez do rosa no mercado, há alguns anos comecei a estocar seus tons e vou passar tranquila pela “crise do rosa”. Tenho saia, calça comprida, chapéu, bolsa em diferentes nuances de rosa. É que sou previnida.

Mas fiquem tranquilos. Nunca vou usar todas as peças ao mesmo tempo.

Ainda não vi o filme, mas não vou perder esse fenômeno lançado exatamente nesse ano em que acabou uma epidemia enquanto o mundo começa a viver a sucessão de desastres climáticos que parecem indicar o fim planeta, com todos vestindo cor-de-rosa.

*Gagocha, pode vir me visitar sem problema. Eu guardo todas as peças cor-de-rosa no fundo do baú. Não quero ser responsável por um possível choque cromático.

Pode ser uma imagem de roupa de dormir

COM TODOS OS DEDOS NAS FERIDAS

By , 12 July, 2023 12:04 am

COM TODOS OS DEDOS NAS FERIDAS

Conheci o pensador TARIK ALI num dos encontros do Fórum Social Mundial em Porto Alegre, antes de o evento se tornar um convescote de narcisismos políticos de uma esquerda que a cada dia mais se assemelhava ao adjetivo #festiva. Quis entrevistá-lo porque acabara de ler “Confronto de Fundamentalismos”. Não foi possível. Ele estava cercado de perguntas que não me interessava ouvir e preferi me afastar. Eu queria mesmo era uma conversa consistente. Mas não havia nem tempo, nem hora para meu devaneio. E me restringi a lhe pedir autógrafo no meu exemplar do “Confronto…

Ainda me faltavam dois de seus livros para dizer que já li sua obra completa, “”Piratas do Caribe” e “Winston Churchil”, onde ele descreve as barabaridades praticadas pelo Colonialismo inglês em todos os continentes e cometidas pelo ex-premier que terminou se transformando em herói da liberdade. Terminei agora mesmo de ler os “Piratas”.

E que pancada!

Editado em 2004, pela “Record”, ele não deixa pedra sobre pedra de governantes que alegremente babam de prazer diante do “Consenso de Wasghington”. Preciso, mordaz, ele chega a ser fascinante na sua crítica.

Le hors d’oeuvre começa na página 36.

Copiei aqui para vocês petiscarem.

Qualquer semelhança com fatos reais, não é mera coincidência

“Os séculos dourados estão pela frente. Que os guerreiros do FMI/Banco Mundial se entusiasmassem por essa visão era uma coisa; mas o espírito dos tempos afetou profundamente muitos ex-opositores ao domínio do capital. Vencidos por uma combinação de fadiga e medo do desconhecido, começaram a pintar suas novas vitórias com gloriosas cores primárias, em uma linguagem mais extravagante que a usada 150 anos atrás por Gladstone, que, de modo depreciativo, descreveu os sucessos imperiais como o “intoxicador crescimento e aumento de toda nossa riqueza e todo nosso poder”

Logo na página seguinte, a 37, da edição de 2004, ele continua chicoteando.

“A desilusão pós-1989, o cinismo e uma amargurada visão do passado afetaram tosos os continentes, sem exceção. E aqueles que agora adotam a visão dos vencedores vem de todas as classes sociais e origens políticas: socialdemocratas de esquerda, eurocomunistas, ex-trotskistas, imaculados e puros, sectários em sua plenitude, agora transferindo o mesmo vício para servir velhas causas, maoístas anteriormente favoráveis a distúrbios de rua, teóricos marxistas, dedicados antiimperialistas que, em seu entusiasmo, defenderam os militares etíopes e a desastrosa intervenção soviética no Afeganistão, ex-anarquistas – representantes de todas as espécies podiam ser encontradosa serviço de praticamente todo governo neoliberal – na Europa, na América dos Norte, na África do Sul, no Brasil, na China, na Austrália – ou, onde isso não era possível, aplaudindo ferozmente do lado de fora. Eles ainda acreditavam na luta de classes, mas haviam mudado de lado”.

O AP

By , 26 February, 2023 1:51 pm

#Combatente? Sim #Amigo? Sim. #Corajoso? Sim? #Poeta? Sim. #Resistente? Sim, sim, sim. Mas, acima de tudo, o Ap

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By , 2 February, 2023 1:34 pm

As imagens dos corpos semi-mortos de pessoas do povo #Yanomami que causaram horror e indigna

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By , 14 June, 2022 2:27 pm

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UMA BOMBA

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By , 13 February, 2021 4:24 pm

CRISTINA SCHIEL

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“…e no entanto

BRASIL NA PORTA DOS FUNDOS DA GUERRA H

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By , 12 July, 2020 3:00 pm

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